Tuesday, January 27, 2009

Bons ventos e bons casamentos


Em Portugal o debate está morno. Muito morno, enquanto para nuestros hermanitos, os espanhóis, espanholitos, a coisa já há muito saiu do armário, contra ventos e marés.
Falo de quê?

Do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em Espanha o assunto está resolvido desde meados de 2005 e, de uma cajadada, o primeiro-ministro Zapatero matou vários coelhos: casamento entre homossexuais e as consequentes possibilidades da adopção de crianças, da gestão de heranças, da autorização de intervenções cirúrgicas, da requesição de empréstimos e de tudo o mais, previsto e imprevisto, que diga respeito a duas pessoas que se querem ligar pela via do contrato-casamento, independentemente do sexo de cada uma delas.

A isto eu chamo a vitória do amor. O amor é grandioso, tem muitas gavetas e chega para todos/as, desde que se tenha vontade de amar. Não tem limites, a não ser aqueles que as sociedades conservadoras lhe querem conferir.

Se as pessoas amassem mais, amariam melhor e embirrariam menos umas com as outras. E estariam mais ocupadas. E seriam melhores pessoas. E viveriam mais felizes aqui na terra. E podem amar pessoas do mesmo sexo, de outro sexo, amar os cães, os gatos, a natureza, o sol, a lua … E se ninguém tivesse nada a ver com isso haveria mais paz e sossego. Amor é amor.

O amor só traz vantagens, benefícios, mais-valias: retarda o envelhecimento, dá brilho ao olhar, sentido e qualidade à vida.

Ora Portugal ama de menos e, sobretudo, ama mal, de modo doentio. Precisa de ir ao divã e com urgência.

Em Setembro passado o nosso primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou peremptoriamente que o casamento entre homossexuais não estava na agenda do Governo, nem do PS. Mas agora, Janeiro fora, já dá o dito por não dito: o casamento entre pares do mesmo sexo fará parte da agenda política da próxima legislatura.

Enfim, já é alguma coisinha, nem que seja porque o PS quer piscar o olho à esquerda (BE e Verdes), em busca do eleitorado que julga perdido. E de legislatura em legislatura pode ser que ainda apanhemos os espanhóis nesta matéria.

Afinal, de Espanha também podem vir bons ventos (mesmo que fraquinhos) e bons casamentos.
Quando formos iguais a eles a Península Ibérica será una e o iberismo vingará! Temos dúvidas??? !!!

3 comments:

Rui Caetano said...

Não considero que seja um assunto importante num tempo de crise. Quando duas pessoas se amam não necessitam de se casar para ser felizes, mas se isso as faz mais felizes que se casem,têm todo o direito de se casar.
Contudo, já estou a ver, daqui a muito pouco tempo, se iniciarem os divórcios destes casais e outros problemas.
Os advogados encontram aqui mais um excelente mercado de trabalho.

Jorge P. Guedes said...

O casamento é um contrato. Por que raio dois homens ou duas mulheres o não podem assinar?

Uma união ibérica não pode estar fora de causa. Creio mesmo que poderá tornar-se e necessária e conveniente num futuro mais ou menos próximo, independentemente de se gostar mais ou menos da ideia e se bem que a separação dos países é que esteja mais na "ordem do dia" (veja-se Holanda e Bélgica, a Escócia e outros).

Saudações.

José Leite said...

Às vezes pergunto a mim próprio se Deus será macho ou fêmea?!

A Pátria (Mátria segundo Natalia Correia...) tera sexo?