Monday, March 23, 2009

O que é natural é bom

Facto: dois rapazitos, de onze/doze anos, em plena época escolar, às 9h e pouco da manhã, a calcorrear a areia preta da baía do Funchal, ali à esquerda, quem avança pelo cais adentro, o que pode significar?
Gazeta! Os malandros fizeram gazeta! Provavelmente! Ah! Pensei eu. Mas se a fizeram tiveram muito bom gosto, sim senhor. Por mim estão perdoados, abençoados e podem ir em paz. Convenhamos: há lá melhor coisa do que passear à beira-mar, logo de manhã cedo (para mim a qualquer hora serve), num dia cheio de sol, com a musicalidade do mar ali mesmo aos nossos pés? Hã? E ainda por cima com toda a envolvente a espelhar harmonia, bem-estar e felicidade. Hã?

Há uns anos atrás eu, Zina Abreu me confesso, não teria usufruído dessa bonança. Encarava as pessoas que logo de manhã iam ver o mar, ou andavam nos jardins sem criancinhas, ou não estivessem a cair aos bocados, ou não fossem turistas, como pessoas que estavam desocupadas por n razões e que, à falta de melhor, utilizavam os expedientes da natureza para ocuparem o tempo, assim como uma espécie de actividades de tempos livres grátis.

Hoje não penso assim e, por mais coisas que veja no mundo, uma coisa me tem surpreendido sempre: a obra da natureza é incomensuravelmente maior que a obra humana, por mais que esta possa ser grandiosa. E é, sem dúvida. Notável até. Mas…

E então, vai daí ao “despois”, hoje pude muito bem ficar “a ver navios” que não me importei. E até o porto estava cheio, tendo um barco atracado ao largo e outro, muito grande, que chega ao domingo ao meio-dia e parte na segunda-feira às 17 horas para outras paragens, estava fora do sítio do costume. Mas estava lá e mais perto do meu ponto de miragem.

E a Primavera chegou. E … E …. E ….

3 comments:

Rui Caetano said...

A Natureza tem a capacidade de nos surpreender com a sua beleza, o ser humano também tem essa faceta, no entanto, em tantas ocasiões nos desilude.

Unknown said...

... e a Primavera volta sempre!
Não estava eu, mas gostaria também de estar à beira mar, naquela nesga de encanto, onde estavam os rapazinhos. Conheço bem o sítio e tive-o como recanto guardador de sonhos e desesperos, quando bem cedinho, todas as manhãs, em todas as estações, aguardávamos, Zina e eu, a camioneta para " Corticeiras", há trinta anos atrás.
Do mar... à serra.Tanta vida!

José Leite said...

A primavera e a natureza têm razões que a razão desconhece!

Passear à beira-mar é um luxo a que nem todos podem ter acesso. Quem puder, que aproveite antes que anoiteça!