Thursday, December 4, 2008

Oliver Pedra e W. cal

Estão de pedra e cal: Stone e Bush na história da América, do mundo e agora do cinema.
Em W. a lógica compreensiva da personagem dá o mote ao filme.
W. é a história do patinho feio que incomoda a família pelos seus comportamentos politicamente incorrectos - bebe muito, não aguenta num trabalho, é detido num estabelecimento prisional, assume um noivado precipitado, enfim, é alguém a quem o futuro não parece augurar nada de bom. Pelo menos é esse o vaticínio paterno, sempre "a tirar" pelo outro filho: "Jeb", também ele um político no activo (actual governador da Florida), que cumpre sempre com as expectativas do pappy (ao que parece).
Porque é que os pappies apostam tantas vezes no(s) filho(s) errado(s)? Eis algo que vos deixo para meditar.
De resto, Bush é um produto típico da América, que sonha ainda em ser o grande império mundial, agora e para todo o sempre. Nada pela qual a fúria colonizadora do Ocidente não tivesse já passado no fim do século XIX e início do século XX. Mas os tempos eram outros, não eram? De reacções mais lentas, de lógicas mais hierárquicas, de princípios mais conservadores, até na justificação das ambições. E foi o que se viu, posteriormente ...
W. revela também uma América que tem o presidente que merece, do tipo cowboy que dispara primeiro e pergunta depois. Não foi isso o que ele fez no Iraque? Primeiro invadiu-o e depois foi à procura das célebres ADM (Armas de Destruição Maciça). Bush vai acabar o mandato sem as ditas aparecerem.
Mas lá que as ADM foram um bom pretexto, lá isso foram: para Bush se revelar aos olhinhos do pappy, do Bin Laden e do mundo, que tem de saber, uma vez mais, que a ambição americana não tem limites, nem olha a meios para atingir os fins. Pelo menos com W. e com a sua entourage.

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